Ementa: O curso tem por objetivo geral orientar sobre o conceito de decolonialidade, entendido nos seguintes sentidos: i) descolonização como processo histórico material do passado envolvendo liberação de colônias e criação de países autônomos; ii) a condição pós-colonial (a perduração de matrizes coloniais apesar da descolonização); iii) estratégias para combater a perpetuação de relações de dependência ou subordinação entre países e sistemas culturais (ao nível macro, e estrutural); iv) estratégias (ao nível micro, e estrutural ou psicológico) para combater a perpetuação de hierarquias domésticas (internas, dentro de uma nação e uma sociedade) com enfoque na capacitação da autonomia existencial e material de indivíduos de grupos marginalizados (racio-etnias / "LGBTQ+" / nações indígenas soberanas / castas religiosas, etc. / a natureza).
Carga horária: 30h
Bibliografia:
ABDALLA, Márcio Moutinho; FARIA, Alexandre. Em defesa da opção decolonial em administração/gestão. Cadernos EBAPE, v. 15, n. 4, p. 914-929, 2017.
BERNARDINO-COSTA, Joaze. Decolonialidade, Atlântico Negro e intelectuais negros brasileiros: em busca de um diálogo horizontal. Sociedade e Estado, v. 33, n. 1, p. 117-135, 2018.
COATES, Ta-Nehisi. The Case for Reparations. The Atlantic, jun. 2014. Disponível em: https://www.theatlantic.com/.
DE SANTANA, Wilder Kleber Fernandes; SILVEIRA, Éderson Luís. (org). Educação: Entre saberes, poderes e resistências. Vol. 1. São Carlos: Pedro & João Editores, 2020. (ler apenas trechos; livro disponível na rede).
DOS SANTOS, Micael Carvalho. Educação Musical Escolar e Ensino Médio: configuração e desafios para a construção democrática da escola. Revista da Abem, v. 28, p. 405-425, 2021.
JORDÃO, Clarissa Menezes et al. Sobre esse tal de unstoppable train e de como abordar a sua locomotiva. Revista Ñemityrã, Assunción, v. 1, n. 2, p. 30-43, 2020.
JORDÃO, Clarissa Menezes; MARTINEZ, Juliana Zeggio. Wines, Bottles, Crises: A Decolonial Perspective on Brazilian Higher Education. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, v. 21, p. 577-604, 2021.
MACHADO, Rodrigo Corrêa Martins; SOARES, Ivanete Bernardino. Por um ensino decolonial de literatura. Revista Brasileira de Linguística Aplicada, nº AHEAD, 2021.
MAIA, Fernando Joaquim Ferreira; FARIAS, Mayara Helenna Veríssimo de. Colonialidade do poder: a formação do eurocentrismo como padrão de poder mundial por meio da colonização da América. Interações (Campo Grande), v. 21, n. 3, p. 577-596, 2020.
MIGNOLO, Walter. La opción de-colonial: desprendimiento y apertura. Un manifiesto y un caso. Tabula Rasa, v. 8, p. 243-28, 2008.
REIS, Diego dos Santos. Saberes encruzilhados: (de) colonialidade, racismo epistêmico e ensino de filosofia. Educar em Revista, v. 36, e75102, 2020. DOI.
SANSONE, Livio. Introdução. Negritude sem etnicidade: o local e o global nas relações raciais e na produção cultural negra do Brasil. Trad. Vera Ribeiro. Salvador: EDUFBA, 2003. p. 9-36.
SANTOS, Lau. Èmí, Ofò, Asé: a Elinga e a dança das Mulheres do Àse. Revista Brasileira de Estudos da Presença, v. 10, n. 3, e92149, 2020.
BERNARDINO-COSTA, Joaze; MALDONADO-TORRES, Nelson; GROSFOGUEL, Ramón. (Org.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2018.
CHAPMAN, Michael. ‘To Decolonise’: Where to, the Humanities? Current Writing: Text and Reception in Southern Africa, v. 31, n. 1, p. 53-61, 2019.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968.
HALL, Stuart. Quando foi o pós-colonial? Pensando no limite. In: HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. SOVIK, Liv (Org.). Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003. p. 101-131. [Orig. em inglês, 1996].
HAYNES, Chayla; BAZNER, Kevin J. A message for faculty from the present-day movement for black lives. International Journal of Qualitative Studies in Education, v. 32, n. 9, p. 1146-1161, 2019. DOI.
HOOKS, Bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. Trad. Marcelo Brandão Cipolla. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2017. [Orig. em inglês, 1994].
ILLICH, Ivan. Hacia el fin de la era escolar. Trad. José María Bulnes Aldunate & Ernesto Mayans. México: Centro Intercultural de Documentación, 1971. [Orig. em inglês, 1971].
JOSELLI, Mark; MAFRA, Daniel. Sambamania-Uma releitura do universo do carnaval em um game. 2016.
KISHIMOTO, Kyoko. Anti-racist pedagogy: from faculty’s self-reflection to organizing within and beyond the classroom. Race Ethnicity and Education, v. 21, n. 4, p. 540-554, 2018. DOI.
MACLUHAN, Marshall; FIORI, Quentin. O meio é a massagem: um inventário de efeitos. Ubu Editora, 2018. [Pub. orig. em inglês, 1967].
SAID, Edward. Orientalismo: O Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
SPIVAK, Gayatri Chakravorty. Can the subaltern speak?. In: WILLIAMS, Patrick; CHRISMAN, Laura (eds.). Colonial Discourse and Post-colonial Theory: A Reader. Columbia University Press, 1994. p. 66-111.
ALMEIDA, Silvio. Racismo estrutural. Belo Horizonte: Letramento, 2018.
BATISTA, Leonardo Moraes. Educação musical, relações étnico-raciais e decolonialidade: tensões, perspectivas e interações para a Educação Básica. Orfeu, v. 3, n. 2, p. 111-135, 2018.
DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016.
DUSSEL, Enrique. Filosofia da libertação na América Latina. Trad. Luiz João Gaio. Rio de Janeiro: Edições Loyola, 1986.
FERNANDES, Florestan. O negro no mundo dos brancos. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1972.
FREYRE, Gilberto. Casa grande & senzala: formação da família brasileira sob o regime de economia patriarcal. Rio de Janeiro: Record, 1998. [Pub. orig. 1933].
LANDER, Edgardo. (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Colección Sur, CLACSO, 2005.
MACHADO, Irene. Ah, se não fosse McLuhan!..." Monografia. Ed. Senac, São Paulo, 2009. (22 p.).
MALDONADO-TORRES, Nelson. Transdisciplinaridade e decolonialidade. Sociedade e Estado, v. 31, n. 1, p. 75-97, 2016.
MIGNOLO, Walter. El pensamiento decolonial: desprendimiento e apertura. Un manifesto. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; GROSFOGUEL, Ramón (org.). El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontificia Universidad Javeriana; Instituto Pensar, 2007. p. 25-46.
MIGNOLO, Walter. Histórias locais/projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.
NEVES, Paulo Sérgio da Costa; MOUTINHO, Laura; SCHWARCZ, Lilia Katri Moritz. Herança colonial confrontada: reflexões sobre África do Sul, Brasil e Estados Unidos. Revista Estudos Feministas, v. 27, n. 3, e66960, 2019.
QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo (Org.). A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latinoamericanas. Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Colección Sur, CLACSO, 2005. p. 107-130.
SAID, Edward. Orientalismo: O Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
TEIXEIRA, Juliana et al. Inclusão e diversidade na administração: Manifesta para o futuro-presente. Revista de Administração de Empresas, v. 61, n. 3, p. 1-11, e0000-0016, 2021.
TEIXEIRA, Juliana. Interseccionalidade. Observatórios das Desigualdades da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Glossário das desigualdades 2020. Disponível em: https://ccsa.ufrn.br/portal/?author=101050.
TUITT, Frank; HAYNES, Chayla Haynes; STEWART, Saran. Transforming the Classroom at Traditionally White Institutions to Make Black Lives Matter. To improve the academy, v. 37, n. 1, p. 63-76, 2018.