O presente artigo tem como objeto o livro O Ensino Público no Congresso Nacional. Breve Notícia de Primitivo Moacyr, publicado em 1916. Nosso trabalho se debruça na perspectiva dos estudos da materialidade conforme os pressupostos da história do livro e da leitura referenciados por Roger Chartier e Robert Darnton. Privilegiamos um comparativo entre as crônicas publicadas no Jornal do Commercio (1915) e o conteúdo do livro, sob a hipótese de uma reprodução ipsis litteris. Identificamos alterações oriundas de uma revisão e outras que respondem a diferentes suportes. Concluímos que, para além das alterações, é importante destacar que os suportes imprimem diferentes maneiras de ler e diferentes públicos (leitor implícito) e expressam a intenção do autor de compartilhar das práticas intelectuais do período. O objeto da análise aqui apresentada visa contribuir com os estudos presentes nos campos da história da educação em interseção à história do livro, da leitura e da imprensa.
O presente artigo tem como objeto o livro O Ensino Público no Congresso Nacional. Breve Notícia de Primitivo Moacyr, publicado em 1916. Nosso trabalho se debruça na perspectiva dos estudos da materialidade conforme os pressupostos da história do livro e da leitura referenciados por Roger Chartier e Robert Darnton. Privilegiamos um comparativo entre as crônicas publicadas no Jornal do Commercio (1915) e o conteúdo do livro, sob a hipótese de uma reprodução ipsis litteris. Identificamos alterações oriundas de uma revisão e outras que respondem a diferentes suportes. Concluímos que, para além das alterações, é importante destacar que os suportes imprimem diferentes maneiras de ler e diferentes públicos (leitor implícito) e expressam a intenção do autor de compartilhar das práticas intelectuais do período. O objeto da análise aqui apresentada visa contribuir com os estudos presentes nos campos da história da educação em interseção à história do livro, da leitura e da imprensa.
O presente artigo pretende analisar os sentidos que os indivíduos privados de liberdade atribuem à educação, considerando as contribuições de Paulo Freire. Tendo em vista que essa ação educacional está inserida na modalidade Educação de Jovens e Adultos, tratar-se-á dos desafios e entraves enfrentados pela EJA após a promulgação da Constituição Federal (1988) e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei Nº 9394/96). Os debates acerca das especificidades de currículo, formação de professores e subjetividades dos sujeitos nortearão as discussões, haja vista que dentre os muitos desafios impostos à EJA, acreditamos que estes sejam alguns dos maiores problemas para a promoção de uma educação mais significativa a quem se encontra privado de liberdade. Desenvolver-se-á algumas considerações e análises sobre as respostas aos questionários, dispositivos utilizados na pesquisa, à luz do que propõem autores que se debruçaram sobre as proposições freireanas, a Educação de Jovens e Adultos privados de liberdade, bem como dos dados que se encontram disponíveis no Sistema de Informações do Departamento Penitenciário Nacional – SIDESPEN. A experiência pedagógica realizada numa unidade prisional atrelada às questões colocadas aos apenados permitiu vislumbrar que os discentes têm a acepção de que a educação é um dos instrumentos possíveis à ressocialização e à sua emancipação como ser no mundo.
Este artigo tem como objetivo discutir imagens socialmente construídas em relação aos/as jovens que, em decorrência de atos infracionais, entraram em conflito com a lei e foram privados de sua liberdade. A base da discussão está alicerçada nas reflexões de Goffman (2022) e o conceito de Estigma, bem como pesquisas correlatas à área. O trabalho se materializa por meio de esforços empreendidos para o desenvolvimento da pesquisa bibliográfica Juventude Encarcerada: elementos para entender a educação de jovens em privação de liberdade no Estado de Minas Gerais, em processo de desenvolvimento no âmbito do Programa de Pós-graduação em Educação, da Universidade de Ouro Preto. As reflexões possibilitaram uma melhor compreensão quanto aos modos como as imagens de sujeitos jovens, em conflito com a lei, são construídas e quais as reverberações de tais estereótipos e estigmas nas vivências e trajetórias de tais sujeitos.
Neste trabalho são apresentadas algumas notas para repensar o processo formativo de pedagogas(os) visando sua inserção e atuação em espaços de educação não escolar. A partir dos resultados de uma pesquisa de doutorado, discutimos como tem se dado essa formação no Brasil, as atividades desses profissionais nesses espaços e os fatores que influenciam sua atuação, que deveriam ser considerados na sua qualificação. O estudo de cunho qualitativo fez uso de pesquisa bibliográfica, documental e de campo, a qual utilizou questionário e entrevista. Os dados produzidos foram analisados segundo a análise de conteúdo. Demonstramos que o curso de Pedagogia não leva em conta as atuais demandas formativas requeridas pela sociedade contemporânea, uma vez que desconsidera o sentido ampliado de Educação, Pedagogia e da própria profissão. A discussão pode contribuir para repensar a organização do curso já que os dados indicaram que, embora haja múltiplos espaços em que a educação ocorre, a(o) pedagoga(o) não tem sido formada(o) para atuar em espaços de educação não escolar, pois forma-se o docente.
Este trabalho apresenta os resultados da pesquisa intitulada “Formação do gestor escolar em cursos presenciais de Pedagogia no Estado de Minas Gerais” desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Ouro Preto. A pesquisa trouxe a discussão sobre a formação de professores/gestores tendo como referência a Resolução CNE/CP nº 02/2019 e o Parecer CNE/CP nº 04/2021. A investigação teve como objetivo principal identificar, por meio de pesquisa documental, como estava sendo ofertada a formação inicial do gestor escolar nos cursos de Pedagogia, presenciais nas instituições de ensino superior (IES) mineiras: federais, estaduais e uma instituição privada. Para atingir o objetivo principal da investigação foi realizada a coleta e análise de três documentos das IES: Projeto Pedagógico do Curso, matriz curricular e ementário das disciplinas visando identificar a presença de referências à formação do gestor escolar e atuação deste profissional no ambiente escolar. Esta pesquisa de abordagem qualitativa teve com método de coleta de dados a pesquisa documental e análise dos documentos foi realizada seguindo o metódo de análise de conteúdo, proposto por Bardin (2002). Em relação aos Projetos Pedagógicos dos Cursos foi possível perceber que todos estão alinhados às diretrizes da Resolução CNE/CP n.º 1/2006 e n.º 2/2015, porém há pouca atenção destinada a formação do gestor escolar nos cursos de Pedagogia presenciais no Estado de Minas Gerais, inclusive há instituições que não ofertam o estágio supervisionado em gestão escolar: Universidade Estadual de Montes Claros e Universidade Federal de Alfenas.
Objective: This text aims to promote discussion around a more comprehensive and critical approach to the history of education, emphasizing Comparative History as a key methodology for in-depth study of the structures and systems that shape the educational field, even within the postmodern context.
Originality/Contribution: Is to enrich and diversify academic discourse, providing a more complete and multifaceted understanding of the history of education and its implications for the present and future, beyond the prevailing status quo in historical methodologies. adopted in the last years, by major academic centers in the country.
Method:/ Strategy/Data Collection: While personal histories are important for capturing diverse experiences and perspectives, it is equally crucial to situate them within a broader historical context to fully understand their meaning and impact.
Conclusions: This is the argument that will be defended here, within a comparative context. We believe that this approach is particularly relevant in Adult and Youth Education (AYE). Such methodologies are essential in this field because study proposals must offer solutions aligned with the challenges faced. Reflecting on AYE in Latin America and Brazil goes beyond mere academic research; it is also necessary to formulate solutions and implement effective policies in the area. In this context, research methodologies play a crucial role, as they not only contribute to academic knowledge but also serve as tools for structurally analyzing reality.
Este artigo aborda sobre um estado de conhecimento em pesquisas vinculadas a formação inicial de professores enfocando a permanência e atratividade da carreira docente. É um estudo analítico-descritivo baseado na análise de teses e dissertações defendidas em programas de pós-graduação depositadas na Base de Dados de Teses e Dissertações do IBICT. Emergiram ao longo das análises as categorias: atratividade da carreira docente, motivação e expectativa para a carreira, escolha profissional e permanência e o abandono da profissão docente assim como a formação e permanência docente. Dos textos analisados verificamos pouco interesse dos pesquisadores sobre a temática e uma maior tendência deles em trabalhar com a abordagem qualitativa e com o predomínio de duas ou mais técnicas de construção de dados. Os resultados demonstram que na realidade moçambicana não foi encontrado nenhum trabalho sobre a temática e na realidade brasileira poucos foram os que se dedicaram ao tema.
O presente estudo procurou analisar os desafios a prática docente com base na narração de professores em entrevistas ao canal de televisão STV no Dia do Professor moçambicano. No seu enfoque a pesquisa é descritiva. inicialmente fontes bibliográficas e documentos governamentais e posteriormente procedeu-se com a transcrição, análise e descrição das entrevistas. Os resultados permitem perceber que se colocam como desafios ao trabalho docente o rácio aluno-professor, as condições das infraestruturas escolares, o material escolar disponibilizado pelo Estado, o salário que se alia ao incumprimento no pagamento atempado pelo trabalho extraordinário, a necessidade de potenciar o professor no uso das tecnologias de informação e comunicação. Conclui-se que há uma necessidade de se prestar mais atenção as condições no qual à docência é exercida, pois por mais qualificado que seja o professor a competência pode ficar comprometida pelo contexto em que seu trabalho é realizado.
O objetivo desta pesquisa é compreender as razões pelas quais o curso de Odontologia do Instituto Domingos Freire de Ouro Preto foi criado e investigar os motivos que levaram a sua extinção. O presente trabalho investigou possíveis fatores que levariam ao término das atividades dessa instituição, tais como a mudança da capital para Belo Horizonte; alterações na legislação educacional; escassez de alunos; dificuldades na legitimação dos diplomas etc. Para a realização deste estudo, foi necessário realizar uma pesquisa documental no acervo da Escola de Farmácia de Ouro Preto e lançar mão da perspectiva de Bourdieu para compreender a busca por distinção profissional e pelo capital simbólico em torno dos diplomas de cirurgiões-dentistas. Diante do exposto, corroborou-se que o contexto histórico-social e político da Primeira República foi determinante para que o curso de Odontologia de Ouro Preto sofresse com escassez de discentes diante do crescimento do ensino superior privado na época e tivesse dificuldades em conseguir equiparação com o curso congênere do Rio de Janeiro.
O intuito desta pesquisa é investigar a participação e as contribuições do Centro Acadêmico da Faculdade de Farmácia de Ouro Preto ao “IV Encontro Nacional dos Estudantes de Farmácia” em Goiás (IV ENEF - 1980). Em plena ditadura militar, estudantes mineiros expressaram e registraram suas ideias acerca do ensino farmacêutico no Brasil, discorrendo sobre os impactos da Reforma Universitária na época, a importância do movimento estudantil, a necessidade de valorização da cultura e da arte, entre outros assuntos. O texto desenvolvido pelos alunos possuía o objetivo de instruir e difundir convicções e ideais para toda a comunidade acadêmica participante da quarta edição do ENEF, evento ocorrido na cidade de Goiânia, nas dependências da Universidade Federal de Goiás (UFG). Por meio da metodologia da pesquisa histórica, a análise desse documento de 1980 possibilitou identificar quais foram as principais bandeiras e preocupações dos participantes do evento. Corroborando que o grupo farmacêutico de Ouro Preto ao trazer àona palavras de luta; defender a liberdade artística, interceder a favor do ensino público/gratuito e da permanência dos estudantes na universidade instigou a comunidade participante do evento a combater a ditadura militar.
Este artigo tem a finalidade de refletir sobre o conceito e as concepções históricas da cultura popular, bem como apontar alguns desafios e possibilidades de seu uso em âmbito escolar na contemporaneidade. Realizou-se uma revisão bibliográfica e consulta à legislação brasileira (1996, 2017), por meio de levantamento de artigos, documentos e livros de renomados autores, como Bakhtin (2010), Burke (2010), Santaella (2003), Canclini (2019), Pessoa (2018), Brasil (2017), Brasil (1996), entre outros. A pesquisa configurou-se de forma qualitativa e o conteúdo dos artigos, livros e documentos foram analisados de maneira crítica e interpretativa, alinhada à experiência docente dos autores. Os resultados revelaram que a prática da valorização da cultura popular em âmbito escolar é permeada por desafios, como por exemplo um currículo elitista que em muitas vezes acaba dificultado tal prática, pois acaba valorizando uma perspectiva monocultural, além disso quando trabalhado ocorre quase que somente em datas comemorativas e prioriza o conteúdo descontextualizado que contemple as avaliações em larga escala; dentre outros. Por outro lado, as novas tecnologias digitais se bem utilizadas poderão auxiliar as camadas subalternas a darem voz às suas experiências e os documentos oficiais como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei nº 9.394/96 e a Base Nacional Comum Curricular que sinalizam uma autonomia às escolas, mesmo que limitada a trabalhar conteúdos das manifestações artísticas e culturais, no sentido de despertar nos estudantes o respeito à diversidade de saberes, identidade e culturas.
Esta obra é resultado do IV Simpósio de Grupos de Pesquisa sobre Formação de Professores do Brasil, realizado em maio de 2021, e tem como objetivo apresentar as análises realizadas sobre o campo da formação docente a partir dos grupos de pesquisas que participaram do Simpósio. Trata-se de um evento científico desenvolvido pelo Grupo de Trabalho Formação de Professores (GT 8) da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd), e teve como tema “A Formação de professores: pesquisas e avanços no campo”.
O livro “Pesquisa e Formação: fios, tramas e saberes de uma comunidade acadêmica” expressa a natureza interdisciplinar do grupo e sua trajetória de pesquisa ao longo destes 13 anos de atividade. O que ora publicamos são textos oriundos da produção e reflexão de pesquisas de iniciação científica, dissertações, teses de doutorado, relatório de pesquisa de pós-doutoramento e pesquisa macro do grupo, em sua maioria financiadas pelas agências brasileira de fomento à pesquisa (CNPq, CAPES, FAPEMIG e UFOP).
A construção deste livro pensado e tecido de maneira coletiva, teve as mãos imprescindíveis de todos os seus membros, mas em especial as nossas (Andressa Oliveri e José Jardilino), pois, juntos, demos andamento a este projeto, dividindo a coordenação editorial e a organização desta obra. A intencionalidade maior deste escrito é tornar pública a trajetória de investigação do Grupo de Pesquisa Formação e Profissão Docente (FOPROFI).
O artigo tem como objetivo apresentar resultados de uma pesquisa que analisou um ‘corpus documental’ da Comissão de Educação da Câmara Federal em uma série histórica de dez anos (2000-2010), investigando quais foram as propostas discutidas com fins a formulação de políticas públicas para formação de professores no âmbito desta comissão. Realizou-se um levantamento, organização da documentação e a sistematização do conteúdo, permitindo analisar as propostas de políticas de Formação de Professores que se tornaram lei. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que utiliza a análise documental como técnica e usando como ferramenta teórico-metodológica o Contexto de Influência do Ciclo de Políticas (Ball, 1994). O resultado da pesquisa apresenta indícios de baixo enfoque nas discussões sobre a formação de professores no Brasil no período analisado, indicando que a referida Comissão de Educação ignorou no diálogo sobre sua matéria-foco, as entidades e movimentos educacionais, grupos de pesquisa e intelectuais pesquisadores do campo. O texto demonstra ainda que, em geral o trabalho da Comissão no período em destaque, não teve como objetivo ‘formular’ ou incentivar o debate sobre políticas de formação de professores, direta ou indiretamente, para análise no plenário da Câmara Federal.
O Concílio Vaticano II (1962 – 1965) fez a Igreja repensar a compreensão do seu lugar no mundo moderno. Esta pesquisa tem como objetivo apontar o papel e identidade das universidades católicas no Brasil à luz do Concílio Vaticano II. Para tanto, a pesquisa passou três fases: A análise documental dos documentos do Vaticano II, buscando apontar o discurso sobre as escolas e as universidades católicas; revisão das orientações, pronunciamentos e documentos da Congregação para a Educação Católica (CEC) para as escolas e universidades católicas; e por fim como este conjunto normativo e de diretrizes gerais foram recepcionados e convertidos em diretrizes específicas da Igreja no Brasil. Pesquisadores contribuíram na apresentação do objeto desta pesquisa como (Jardilino, 2003) sobre a taxionomia do ensino superior no Brasil; (Esquivel, 2007) que apresenta a composição social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e da Conferência Episcopal da Argentina (CEA); e outros como (Trigueiro, 2000) e (Arduini, 2017). A questão em aberto, e a história do tempo presente evidencia novos elementos à identidade da universidade católica no Brasil, com a atualíssima Constituição Apostólica Veritatis gaudium do Papa Francisco que sinaliza esta universidade como o “providencial laboratório cultural” capaz de ler e interpretar a nossa realidade no “correr veloz do tempo” de nosso tempo presente.
O presente artigo faz uma inserção na trajetória e ações educativas de uma mulher professora no final do século XIX e começo do XX, pouco conhecida na literatura educacional. Trata-se deLeolinda de Figueiredo Daltro (1859-1935), professora primária que ganhou notoriedade na cidade do Rio de Janeiro, Capital da República, por sua atuação no movimento pelos direitos das mulheres, em especial quando fundou o Partido Republicano Feminino, em 1910.Utilizamos para este artigo algumas fontes documentais, livro da própria autora e, em especial a Impressa da época na qual o nome de Leolinda Daltro foi pautado seguidamente em virtude de suas ações político-educacionais. Em sua trajetória se destaca seu trabalho educativo junto aos povos indígenas no norte de Goiás, na formação profissional de moças pobres em cursos noturnos e sua militância como sufragista brasileira e em favor do voto feminino no Brasil.
