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To ensure students' mastery of reading and writing constitutes one of the biggest challenges currently facing Brazilian public schools. Data from the Progress in International Reading Literacy Study (Pirls, 2021) estimate that around 40% of Brazilian students in the 4th year of elementary school do not master basic reading skills. Despite the complex nature of the theme, when specifically dealing with young children, literary books play a very relevant role in this process, since research indicates that they constitute a kind of gateway to the world of literature and reading. In this sense, the present article presents the results of an action investigation that aimed to analyze the reception of children's literature books for preschoolers in the age range of 4 to 5 years old, from a preschool, in the city of Presidente Prudente/SP. For the development of the research, we provide children with high-quality literature books – awarded by the Jabuti Prize, which is the most prestigious literary award in Brazil. Group organization was utilized to have a bigger “control” of children's speech and press conferences with the purpose of understanding what criteria the children use when choosing the books. Reading circles were utilized as a methodology to initiate a dialogue within the group and the sharing of impressions about the chosen books. Three elements emerged as central in the choice of books by the children: the cover as the most decisive element, the illustrations and the connections that they made between the book, its characters and the pre-existing knowledge they already had. The work demonstrates that it is necessary to provide opportunities in schools for practices that involve children more, that encourage them to choose what they want to read.

Nesse estudo, apresenta-se uma análise das taxas de rendimento educacional nas escolas públicas de ensino fundamental de Mariana/MG e sua associação com indicadores contextuais, como formação docente, regularidade do corpo docente, complexidade de gestão e nível socioeconômico, de 2015 a 2019. A pesquisa, realizada em 29 escolas, utilizou estatísticas descritivas e análises de correlação. Os resultados mostram que as maiores taxas de aprovação estão nos anos iniciais das escolas urbanas, nos níveis 1 e 2 de complexidade de gestão. Em 2016, ano que ocorreu na cidade o rompimento da barragem de mineração, houve um pico de reprovação, afetando especialmente as escolas rurais. A alta rotatividade docente e a inadequação na formação dos professores são problemas recorrentes

Este texto apresenta os percursos e resultados de uma tese de doutorado, que tem como objeto de análise as relações entre mulheres do campo, Educação Popular e anticolonialidade. Operando com uma concepção de educação que não se restringe à educação escolar, mas que se estende à produção de formas de estar sendo no mundo e de produção de cosmopercepções, nos perguntamos sobre o papel, a natureza e os sentidos educativos da presença e atuação de mulheres nas lutas populares. Direcionando nossas sensibilidades interpretativas para a presença e a práxis educadora de mulheres de três frentes de luta: o projeto GENgiBRE, a Rede SAPOQUI – Rede de Saberes dos Povos Quilombolas da Zona da Mata e a Comissão Regional de Enfretamento à Mineração da Serra do Brigadeiro/Puri. O objetivo do estudo é compreender de que maneira as mulheres denunciam e tensionam as colonialidades no campo da Zona da Mata mineira, inclusive presentes nas lutas populares na região, anunciando percepções, posicionamentos e alternativas anticoloniais. Em termos teórico-político-metodológico, nos amparamos em referenciais delimitados como anticoloniais, como obras, reflexões e ações balizados pelos processos desencadeados pela colonização, perpetuados pela colonialidade nos territórios conquistados. Aqui estão presentes autoras e autores do pensamento decolonial, bem como referências das abordagens descoloniais e contracolonial. Também dialogamos com o campo das epistemologias feministas, em sua multiplicidade, como os feminismos subalternos e decoloniais/ descoloniais, os feminismos negros e os feminismos críticos. Soma-se à essas referências, leituras que debatem Educação Popular. Com estas autoras e autores, refletimos sobre educação e colonialidade, desigualdades e violências de gênero, racismo, eurocentrismo e epistemicídio, bem como sobre resistências e produção de alternativas protagonizadas pelas mulheres. Com referência na Pesquisa Participante, acompanhamos a ação militante de cinco mulheres, lançando percepções sobre tais ações, estas registradas em cadernos de campo, partilhados com elas, os quais nomeamos Relatos Compartilhados. Além disso, realizamos entrevistas narrativas no formato de Rio da Vida. Como resultados de pesquisa, em diálogo com os debates no campo dos Movimentos Sociais e Educação, formulamos a categoria militante- educadora, compreendendo a militância como produtora de processos educativos. Também foi possível afirmar a presença protagonista e particular das mulheres nas lutas sociais do campo da região na qual atuam, identificando percepções, produzidas socialmente, que marcam sua presença no mundo e sua ação militante. O corpo, o cuidado, a afetividade, a solidariedade aparecem como constitutivas do fazer militante-educador dessas mulheres, expressos tanto nas relações interpessoais, quanto nos instrumentos que produzem no contexto das lutas populares. A partir dessa pesquisa foi possível identificar elementos que ajudam a perceber a forma dinâmica e sensível, mas também contraditória, com que se (re)cria a Educação Popular em contextos colonizados. Em especial, afirma o papel protagonista e central das mulheres na defesa e na produção dos territórios autodeterminados pelos coletivos populares do campo, numa perspectiva popular, anticapitalista, feminista e antirracista.

O artigo tem por objetivo apresentar as experiências de acesso e permanência de uma trans universitária da Universidade Federal de Ouro Preto em articulação com as questões sinalizadas por estudantes trans de outras Universidades tendo, principalmente, como referência para análise das narrativas o conceito de cisgeneridade. Destacam-se como referenciais teóricos a produção de autoras transfeministas (Viviane Vergueiro, 2016; Sofia Favero, 2015; Megg Rayara de Oliveira, 2021; Letícia Nascimento, 2021) e pesquisadoras e pesquisadores que se dedicaram ao estudo das transexualidades na Educação (Catarina Dallapícula, 2021; Neil Franco, 2018; Pablo Roncón, 2021). Por fim, os resultados apontam que a permanência de estudantes trans nas instituições de Ensino Superior apresentam desafios específicos, porém, se aproximam em relação às opressões que se relacionam ao regime de verdade atrelado à cisgeneridade, tornando-se necessária visibilização de tais experiências e o empoderamento de tais pessoas como forma de romper com tal lógica dominante.

Este artigo analisa elementos constituintes de um dispositivo de correção de professoras universitárias de forma que, no exercício da docência em instituições públicas de Ensino Superior, sofram processos de violência institucional. A partir do testemunho de cinco docentes passou-se à análise teórica do dispo0sitivo em pauta. Observamos que códigos morais compartilhados são utilizados para justificar as violências utilizadas como estratégias de correção, ao mesmo tempo que a hierarquia institucional valida os atos de violência institucionalizados que utilizam procedimentos como avaliação de estágio probatório, processos administrativos disciplinares, pedidos de progressão, dentre outros, para perseguição de docentes. A elaboração teórica sobre os dados resultou na definição do conceito de tortura moral como nomeação apropriada ao dispositivo estudado, especificando que se trata de violência institucionalizada de Estado e não de uma questão meramente marcada por relações interpessoais.

A escolarização é um direito constitucional de todos e deve ser ofertada com respeito às especificidades de cada estudante. Estudantes com síndromes genéticas, que apresentam um desenvolvimento cognitivo peculiar da linguagem, interrogam e provocam a prática docente quando se espera que seus saberes linguísticos se assemelhem a um padrão de comunicação comum desenvolvido na comunidade escolar. Partindo do pressuposto de que a comunicação escrita da pessoa com deficiência tem nuances próprias, este trabalho tem como objetivo analisar as expressões escritas de três estudantes com Síndrome de Down na Educação Especial para identificar suas características e peculiaridades. A pesquisa é qualitativa, a metodologia utilizada consiste na Análise Documental e de Conteúdo. As análises revelaram que cada estudante construiu sua própria relação com a escrita, ao utilizarem signos, bolinhas e garatujas para expressarem concepções pessoais, o que enfatiza a importância de adaptar o ensino de Língua Portuguesa à diversidade cognitiva e linguística dos estudantes com síndromes.

No âmbito da legislação brasileira, a escolarização das pessoas jovens e adultas sem a educação básica é um direito incorporado no sistema público de ensino que requer acompanhamento e avaliação das condições em que se opera o respeito ao pleno atendimento deste dever constitucional. Os esforços empreendidos pelo poder local efetivam o direito educacional dessa população? A questão norteou um estudo amplo com 29 municípios mineiros inicialmente, dos quais o aprofundamento ocorreu com 10 municípios, tendo como preocupação central verificar o provimento da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em um momento em que turmas e escolas são fechadas em todo o País. Serão apresentadas, neste artigo, as etapas quanti-qualitativas que retrataram a contagem de escolas e de matrículas do Ensino Fundamental EJA e a validação dos dados pelos gestores municipais. O mapeamento apontou acentuada tendência negativa das matrículas em conformidade com a realidade nacional. Buscou-se compreender essa realidade educacional pelo olhar dos coordenadores municipais da EJA. A análise compreensiva aponta que, na EJA dos municípios, convergem tensões multilaterais que se associam à descontinuidade do executivo e às condições políticas da oferta municipal e seus desdobramentos. As singularidades apresentadas são quanto à elaboração de materiais didáticos próprios e ao horário de aula diurno. Ressalta-se a importância do monitoramento da oferta de EJA na agenda municipal visto ser uma arena em que disputam vontade política e capacidade administrativa.

Este trabalho é resultado de uma reflexão realizada para o Memorial Acadêmico de professor Titular da Carreira de Magistério Superior. Seu objeto é constituído por experiências vivenciadas e práticas existentes no interior de universidades brasileiras. Seu objetivo principal é desenvolver o conceito de “vassalagem acadêmica”, a fim de demonstrar que se trata de uma relação política e existencial de sujeição que abafa o dissenso, nega a alteridade, impede o desenvolvimento do espírito crítico e da emancipação política. O pressuposto é de que, nos territórios dos feudos acadêmicos, o ostracismo funciona como uma maneira de afastar, segregar e excluir sujeitos insubmissos que se insurgem contra a condição de vassalos.

As discussões relativas à infância, à Educação Infantil – EI – e às relações raciais têm ocupado importante espaço nos debates teóricos e acadêmicos. À vista disso, este trabalho tem como propósito identificar a produção acadêmica que aborda a Educação Infantil e as Relações Étnico-raciais nos últimos cinco anos (2019 a 2023), além de analisar os escopos dessa produção para compreender o que dizem as pesquisas atuais a respeito da temática. Assim sendo, este artigo assume um desenho metodológico de caráter qualitativo, de natureza bibliográfica e exploratória (Gil, 2002; Oliveira, 2010). Para cumprir com os objetivos propostos, realizamos um levantamento das pesquisas científicas que tratam da Educação Infantil e das Relações Étnico-raciais em um recorte temporal de cinco anos (2019-2023) a partir de duas bases de dados: Scielo e Portal de Periódicos da Capes. Os aportes teóricos que ancoram este estudo baseiam-se na Sociologia da Infância, em diálogo com Sarmento (2007), na Educação Infantil e nas Relações Raciais, com Cruz (2024), Santiago (2013, 2020) e Noguera (2020). Nesse sentido, os resultados mostram que as discussões no campo da Educação Infantil avançaram após duas décadas da promulgação da lei n.º 10.639/03. Contudo, os trabalhos feitos nesse contexto de pesquisa são incipientes do ponto de vista do marco legal e das diretrizes dela oriundas. Isso porque as evidências apontaram pouca produção na área, considerando a conjuntura recente das políticas de Educação Infantil e das legislações concernentes às questões raciais.

O objetivo deste artigo é discorrer sobre o projeto neoliberal da mineração nos processos que envolvem a tomada de dignidade e analisar os processos simultâneos de restauração de dignidade nos espaços escolares e não escolares no contexto do Rompimento da Barragem de Fundão (RBF). Para isso, será apresentado e discutido o recorte dos dados produzidos com base em entrevistas semiestruturadas conduzidas com duas jovens estudantes e a diretora da Escola Municipal Bento Rodrigues, utilizando a técnica de análise de conteúdo. Na pesquisa, encontramos elementos para apreender que as ações realizadas nos espaços escolares e não escolares se configuram como processos representativos das iniciativas empreendidas pelos sujeitos em sua busca por fortalecer a humanização e a autonomia da população atingida.

A pesquisa que deu origem a esse artigo pretendeu investigar a educação de crianças refugiadas, por meio de um estudo de caso em uma escola da Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte, Minas Gerais, buscando analisar a forma como a escola lida e acolhe estrangeiros, e quais são os impactos na docência e na formação de professores e professoras a partir de uma perspectiva teórico-metodológica decolonial sob o prisma da interculturalidade. Por meio dos relatos de experiências obtidos dos atores escolares durante a pesquisa, nota-se que a escola observada não está pronta para lidar com a presença de alunos estrangeiros em geral, sobretudo, de refugiados. Este artigo evidencia a necessidade de projetos e de atenção especial de gestores e das instituições de ensino superior para oferecer suporte, com vistas à formação e atuação docente, que garantam a efetiva inclusão de crianças e adolescentes vindos de outros países e que são acolhidos nas escolas públicas brasileiras.