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Este artigo tem como foco central os saberes matemáticos entrelaçados nas práticas corporais nos diferentes contextos do dia a dia da comunidade Parkatêjê, localizada na Amazônia Oriental, no sudeste paraense. Neste estudo, buscam-se refletir sobre os sentidos da expansão capitalista na região Amazônica pós-1970, na concretização de novos conhecimentos matemáticos desenvolvidos no contexto cultural dessa comunidade; e identificar os saberes matemáticos indígenas tecidos ao longo do tempo, através de suas vivências e memórias. Para tanto, esta pesquisa de abordagem qualitativa utiliza-se os seguintes instrumentos metodológicos para a produção e análise dos dados da investigação: observação participante, entrevistas, narrativas orais e relatos dos mais velhos da comunidade Parkatêjê. É um estudo que tem como eixo de análise a cultura e a educação, com base em práticas matemáticas experimentadas no cotidiano desta sociedade, desenvolvidas na Escola Indígena Estadual “Peptykre Parkatêjê”, com a participação de estudantes indígenas de turmas da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. Percebe-se nas narrativas orais e nos relatos dos “velhos” e das “velhas” da comunidade Parkatêjê, variados conceitos, conteúdos e procedimentos matemáticos, como noções de espaço, medidas de tempo, medidas de capacidade, força, números, geometria, dentre outros. Os achados da pesquisa salientam a importância da valorização dos saberes indígenas nas práticas matemáticas vivenciadas na Educação Escolar Indígena, intensificando a interculturalidade dos diferentes saberes da comunidade Parkatêjê.