Linha 1: Formação de Professores, Políticas Educacionais e História da Educação
- Profa. Dra. Rosana Areal de Carvalho:
2019 - Atual: Imprensa: fonte e objeto para/na história da educação
Descrição: Estando as fontes na origem da produção historiográfica, estas têm se ampliado gradativamente conforme as perguntas formuladas no presente acerca do passado. Por sua vez, as fontes estão intimamente relacionadas ao que se entende por história. Com o advento da Nova História, precedida pelos pressupostos da Escola dos Annales, estabeleceu-se o princípio de que tudo é história e tudo é documento, ou seja, tudo aquilo produzido pelo homem e que documenta a história da humanidade. Todo impresso é um objeto que pertence à cultura material de uma sociedade inscrita em espaço específico e um tempo histórico, portanto, fonte e objeto em latência. Francisco Venâncio Filho, em um artigo de 1945, ao tratar das fontes para a história da educação, afirma que estas são múltiplas e diversas e tangencia a história de um povo, quando se toma a educação como transmissão do patrimônio cultural da espécie. A imprensa periódica como fonte tem ocupado um espaço significativo na produção historiográfica e para a história da educação. Ao tomarmos uma concepção mais alargada de educação, ou de práticas pedagógicas, ou seja, se entendemos a ação pedagógica numa abrangência para além dos muros escolares, não será difícil confirmar a imprensa como um suporte privilegiado na formação do cidadão e da nação. Este projeto abarca pesquisas tendo a imprensa periódica, especializada e a de entretenimento como objeto ou como fonte a fim de ampliar a compreensão acerca da educação escolar e não escolar. Entendemos os impressos enquanto lugar de produção, recepção e difusão de diferentes matrizes de pensamentos sociais, culturais, econômicos e políticos. Como produtos de sua época e inscritos em uma trajetória histórica de produção do objeto escrito para a comunicação no espaço público, nele podemos notar distintas maneiras de escrever e de ler, projetos de sociedade, de cultura, de educação e de nação; projetos culturais diversos e suas interfaces com a atuação política estatal e de grupos sociais. Analiticamente, nossas observações se situam sob os problemas da história da educação em interface com a história da imprensa, do livro e da leitura, da cultura escrita, que tomam o jornal, a revista, os periódicos como um todo, impressos, nas questões materiais inseridas em seu processo de fabricação e nas funções e questões sociais em torno das condições de existência do objeto e encarando-os enquanto importantes e privilegiadas fontes sob os diversos temas incutidos no universo da educação brasileira. Por meio da análise dos elementos materiais apresentados pelo impresso é possível decodificar informações acerca da sociedade e do momento histórico do qual é proveniente. Sob o processo editorial podemos perceber a existência do conteúdo, a sua historicidade e as condições de inclusão e exclusão de determinados tipos de discursos, temas, formas de escrita e os jogos de poder presentes em cada momento de fabricação. Podemos, inclusive, notar a inserção dos impressos em determinadas políticas culturais e educacionais em distintos contextos. Cada impresso pode ser tratado como um lugar que produz conhecimento, como um lugar de sociabilidades, que instrui e educa os sujeitos que o escrevem e o lêem em sua época de circulação e até mesmo na posterioridade, pois são testemunhos históricos. Em suas páginas, podem ser lidas leis, romances, anúncios, artigos científicos, crônicas, convites de casamento, telegramas internacionais. Por meio disso é que se torna possível pensar uma História da Educação e seus objetos tecendo ligações entre imprensa e gênero, literatura, política, infância, intelectualidade, por exemplo..
Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa.
Integrantes: Rosana Areal de Carvalho - Coordenador / MACHADO, Raphael Ribeiro - Integrante / Adriene Santanna - Integrante / Micaela Rodrigues dos Santos - Integrante / Ludmila Gomes Brasileiro - Integrante / Douglas de Araújo Bernardes - Integrante / Maria Renata Alvarenga Guimarães - Integrante / Marcelo Felício Martins Pinto - Integrante / Marina França Brandão - Integrante.
2019 - Atual: A educação brasileira nas páginas do Jornal do Commercio (RJ) 1827-1889
Descrição: Estando as fontes na origem da produção historiográfica, estas têm se ampliado gradativamente conforme as perguntas formuladas no presente acerca do passado que, por sua vez, estão intimamente relacionadas ao conceito de história. Com o advento da Nova História, precedida pelos pressupostos da Escola dos Annales, partimos do princípio de que tudo é história e tudo é documento, ou seja, tudo aquilo produzido pelo homem documenta a história da humanidade. Em um artigo de 1945, Venâncio Filho, ao tratar das fontes para a história da educação, afirma que estas são múltiplas e diversas e tangencia a história de um povo, quando se toma a educação como transmissão do patrimônio cultural da espécie. A imprensa periódica como fonte tem ocupado um espaço significativo na produção historiográfica e para a história da educação. Ao tomarmos uma concepção mais alargada de educação, ou de práticas pedagógicas, ou seja, se entendemos a ação pedagógica numa abrangência para além dos muros escolares, não será difícil confirmar a imprensa como um dos dispositivos privilegiados para forjar o sujeito/cidadão.(C MARA BASTOS, 2002, p.151) Nesta pesquisa temos como objeto as edições do Jornal do Commercio (RJ) publicadas entre 1827 e 1889. O que circulava sobre a educação brasileira, e estrangeira, nesse jornal? Acompanhar o debate sobre a educação, a instrução pública e a escola nas páginas do Jornal do Commercio (RJ) no período imperial é o objetivo principal do estudo que pretendemos desenvolver a partir da elaboração de um banco de dados utilizando os termos educação, instrução e escola como ferramenta de busca nas edições do periódico publicadas entre 1827 e 1889, que estão disponíveis no site da Hemeroteca da Biblioteca Nacional. As matérias selecionadas poderão ser classificadas em categorias tais como: legislação, história da educação, mestres, mobiliário, educação no Brasil, educação em outros países, anúncios publicitários, material didático. No âmbito da educação brasileira durante o século XIX temos especial interesse no ensino para a mocidade e os adultos; nos debates sobre a educação relacionados à abolição da escravatura e quanto às instituições escolares existentes..
Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa.
Integrantes: Rosana Areal de Carvalho - Coordenador / MACHADO, Raphael Ribeiro - Integrante / Adriene Santanna - Integrante / Micaela Rodrigues dos Santos - Integrante / Ludmila Gomes Brasileiro - Integrante / Ariana Oliveira Gonçalves - Integrante.
2018 - Atual: A instrução de mulheres por meio da revista Vida Doméstica nos anos 1930-50
Descrição: O processo de industrialização do Brasil e o pós-guerra trouxeram mudanças significativas aos modos de ser e de pensar dos brasileiros e boa parte dessas mudanças ocorreram em decorrência da alteração da posição da mulher na sociedade, que vai para além dos serviços domésticos e da maternidade no desacordo entre o tradicional e o moderno. A imprensa é parte desse desenrolar, sendo beneficiada pelos investimentos na produção interna, passando a desenvolver um papel importante de (in)formação dessa nova sociedade que está se consolidando, trazendo em seu corpus informações sobre o modo de vida e aspirações dos atores que a delineiam. Buscamos adentrar as mensagens, na sua variedade discursiva, publicadas pelas revistas femininas, em meados das décadas de 30 a 50, de como ser mulher em suas diferentes personalidades, como mãe, doméstica, professora, entre tantas outras. Para esse estudo, utilizaremos a revista Vida Doméstica, fundada em 1920 por Jesus Gonçalves Fidalgo, com circulação mensal até 1962. A revista consolidou um público feminino fiel em todo Brasil, por ter uma circulação nacional, sendo uma importante fonte que nos permite analisar as formas de significação dos gêneros e de sua correlação com as instâncias de poder, sejam elas políticas ou culturais. A revista Vida Doméstica atuou em um período da expansão capitalista no Brasil e do avanço da cultura de massas, buscou durante as publicações tornar legítimos alguns comportamentos femininos. Analisando as páginas da revista, encontramos inúmeras representações do feminino, sendo importante considerá-las como personagens, peças fundamentais na assimilação dos anos 40 e que se seguem. Inspiradas nos estudos de Roger Chartier, analisaremos as representações e apropriações na produção de uma História da Educação das Mulheres em interface com a história cultural e do social que tome por objeto a compreensão das formas e dos motivos - ou, por outras palavras, das representações do mundo social que, à revelia dos atores sociais, traduzem as suas posições e interesses. Objetivamente confrontados, as posições e interesses descrevem a sociedade tal qual como pensam que ela é, ou como gostariam que fosse. Essa pesquisa contribui não somente para o campo dos estudos das mulheres, mas também para o estudo da sociedade de um determinado período, trazendo à luz os atores sociais, os jogos de força e manipulação que engendram nossa sociedade..
Situação: Em andamento; Natureza: Pesquisa.
Integrantes: Rosana Areal de Carvalho - Coordenador / Alice Lopes Spindula - Integrante.
Financiador(es): Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais - Bolsa.
Linha de Pesquisa 2: Desigualdades, Diversidades, Diferenças e Práticas Educacionais Inclusivas
Linha de Pesquisa 3: Práticas Educativas, Metodologias de Ensino e Aprendizagem e Tecnologias da Educação